Autor:Clarles Benigno
Não queremos mais trabalhar. Não da forma como nossos pais trabalhavam. A relação das pessoas com o trabalho mudou nas últimas décadas. O Capitalismo resistiu ao Comunismo e o trabalho como fonte de riqueza cerceou a concepção de vida das pessoas, desde a Revolução Industrial.
No entanto, os filhos da geração baby boomer[1], que consideravam a lealdade à empresa um credo, o trabalho como dignificador da natureza ociosa do homem, viram pais ausentes, famílias desfeitas e tristeza na aposentadoria. Uma aposentadoria tão esperada, que significava o direito ao descanso após árduos anos de labuta. Infelizmente, a realidade mostrou-se diferente do sonho. O que se viu foi uma velhice desamparada e o retorno ao trabalho para complemento de renda. Não fosse suficiente, a Reengenharia dos anos 90 destruiu os últimos sonhos de amor eterno entre empresas e trabalhadores.
O resultado é uma geração que não vê o trabalho como fim em si mesmo e quer viver a vida já. Não querem simplesmente trabalhar, querem também aproveitar a vida, curtir os filhos, a família, querem ser bonitos e saudáveis. É uma geração voltada para o prazer, no dia-a-dia, em pequenas ou grandes doses. Querem ser felizes agora, não no outro mundo.
A influência desta mudança de atitude se faz perceber no avanço da indústria do entretenimento e do prazer. Nunca a indústria do sexo cresceu tanto, aliada ao crescimento do turismo e do entretenimento. A febre das academias de ginástica é outro fenômeno relacionado. Nunca se esperou tanto pelo fim de semana, pelas férias, pela folga, pela convenção anual da empresa numa ilha paradisíaca. Por aquele curso intensivo da empresa naquela cidade turística que não conhecemos. As empresas, por sua vez, tentam transformar o ambiente de trabalho, e, desse modo, concedem mais liberdade às pessoas e mostram que o trabalho também pode ser divertido.
Não trabalhamos menos por causa dessas mudanças, pelo contrário. Mas, em troca de flexibilidade e liberdade, concedemos nossa privacidade e o número do celular. Para não perder em produtividade, conciliamos cada vez mais trabalho e lazer, com a ajuda do telefone celular e do notebook. Trabalhamos em casa, na praia, no shopping, na cama, nas férias.
Essa é a nova geração de profissionais da empresa moderna. Não querem trocar suas vidas presentes por promessas futuras. Mas ainda querem uma carreira, um bom salário e uma generosa aposentadoria. É possível conciliar os dois? Claro, basta que as empresas se adaptem a esta geração, entendendo suas aspirações. E façam com que seu trabalho seja mais que um contracheque no final do mês e a promessa de viverem a vida após a aposentadoria.
[1] Significa, literalmente, bebê bomba, referência à bomba atômica. Refere-se à geração nascida após a Segunda Guerra Mundial.
A Vida Agora, Não Depois.
Não queremos mais trabalhar. Não da forma como nossos pais trabalhavam. A relação das pessoas com o trabalho mudou nas últimas décadas. O Capitalismo resistiu ao Comunismo e o trabalho como fonte de riqueza cerceou a concepção de vida das pessoas, desde a Revolução Industrial.
No entanto, os filhos da geração baby boomer[1], que consideravam a lealdade à empresa um credo, o trabalho como dignificador da natureza ociosa do homem, viram pais ausentes, famílias desfeitas e tristeza na aposentadoria. Uma aposentadoria tão esperada, que significava o direito ao descanso após árduos anos de labuta. Infelizmente, a realidade mostrou-se diferente do sonho. O que se viu foi uma velhice desamparada e o retorno ao trabalho para complemento de renda. Não fosse suficiente, a Reengenharia dos anos 90 destruiu os últimos sonhos de amor eterno entre empresas e trabalhadores.
O resultado é uma geração que não vê o trabalho como fim em si mesmo e quer viver a vida já. Não querem simplesmente trabalhar, querem também aproveitar a vida, curtir os filhos, a família, querem ser bonitos e saudáveis. É uma geração voltada para o prazer, no dia-a-dia, em pequenas ou grandes doses. Querem ser felizes agora, não no outro mundo.
A influência desta mudança de atitude se faz perceber no avanço da indústria do entretenimento e do prazer. Nunca a indústria do sexo cresceu tanto, aliada ao crescimento do turismo e do entretenimento. A febre das academias de ginástica é outro fenômeno relacionado. Nunca se esperou tanto pelo fim de semana, pelas férias, pela folga, pela convenção anual da empresa numa ilha paradisíaca. Por aquele curso intensivo da empresa naquela cidade turística que não conhecemos. As empresas, por sua vez, tentam transformar o ambiente de trabalho, e, desse modo, concedem mais liberdade às pessoas e mostram que o trabalho também pode ser divertido.
Não trabalhamos menos por causa dessas mudanças, pelo contrário. Mas, em troca de flexibilidade e liberdade, concedemos nossa privacidade e o número do celular. Para não perder em produtividade, conciliamos cada vez mais trabalho e lazer, com a ajuda do telefone celular e do notebook. Trabalhamos em casa, na praia, no shopping, na cama, nas férias.
Essa é a nova geração de profissionais da empresa moderna. Não querem trocar suas vidas presentes por promessas futuras. Mas ainda querem uma carreira, um bom salário e uma generosa aposentadoria. É possível conciliar os dois? Claro, basta que as empresas se adaptem a esta geração, entendendo suas aspirações. E façam com que seu trabalho seja mais que um contracheque no final do mês e a promessa de viverem a vida após a aposentadoria.
[1] Significa, literalmente, bebê bomba, referência à bomba atômica. Refere-se à geração nascida após a Segunda Guerra Mundial.