Autor:Chales Benigno
Um dos fenômenos da economia mais positivos dos últimos tempos não é a estabilidade econômica, o bom desempenho da bolsa ou a queda da inflação. Nada disso. É o crescimento da participação do pequeno investidor no mercado de ações, pessoas que aplicam até 7 mil reais.
Fenômeno conhecido há tempos em países como os Estados Unidos (um dos casos mais célebres foi um grupo de donas-de-casa aposentadas que ficaram ricas investindo em ações), somente agora ganha impulso no Brasil.
Se antes aplicar em ações era um negócio cheio de segredos, coisa de gente com muito dinheiro e para especialistas, hoje se torna um investimento acessível ao cidadão comum, assalariado e sem grande conhecimento de mercado financeiro.
Esse pequeno investidor, formado por trabalhadores, aposentados, profissionais liberais e pequenos empresários, decide por investimentos em ações como uma opção a longo prazo, por seu retorno muito superior a caderneta de poupança ou fundos de renda fixa.
Não é à toa que isso aconteceu. É uma evolução do sistema financeiro e do próprio capitalismo. Os bancos, assim como as corretoras de valores, criaram estratégias para atrair esse tipo de cliente (na forma de produtos e serviços), que individualmente é desprezível financeiramente, mas que no todo representa um montante de recursos bastante expressivo. Uma dessas condições é o montante mínimo exigido para se aplicar. Em algumas situações pode-se aplicar a partir de 50 reais. Um outro fato foi a criação de clubes de investidores, que juntam dinheiro para comprar ações. Já existem 1.100 clubes deste tipo atuando na Bovespa.
A Internet contribuiu, ao facilitar o acesso de milhares de pessoas, permitindo o gerenciamento das aplicações e da carteira de clientes com baixo custo operacional. As empresas também ajudaram, ao criarem os planos de incentivo por meio da distribuição de ações.
Antes privilégio de altos executivos, hoje é política de muitas grandes empresas a participação de toda a organização, do presidente ao faxineiro. O trabalhador, portanto, se torna um pequeno capitalista, quase tão interessado no desempenho das empresas, e com o crescimento econômico, quanto um mega-investidor. A isso chamamos de capitalismo das massas. Um tipo de capitalismo em que grande parte da população tem acesso aos investimentos em empresas. Desta forma, o trabalhador também se torna um capitalista, na medida em que detém a posse de ações e tem interesse nos rendimentos das empresas em que investiu. Ou seja, de certa forma seus interesses convergem com os interesses do capital.
É um tipo de capitalismo que nem Adam Smith, nem Karl Marx, poderiam ter previsto. Que seja bem-vindo, na medida em que permite melhor distribuição de renda e melhor retorno financeiro para o suado dinheirinho do pequeno investidor.
Capitalismo Das Massas
Um dos fenômenos da economia mais positivos dos últimos tempos não é a estabilidade econômica, o bom desempenho da bolsa ou a queda da inflação. Nada disso. É o crescimento da participação do pequeno investidor no mercado de ações, pessoas que aplicam até 7 mil reais.
Fenômeno conhecido há tempos em países como os Estados Unidos (um dos casos mais célebres foi um grupo de donas-de-casa aposentadas que ficaram ricas investindo em ações), somente agora ganha impulso no Brasil.
Se antes aplicar em ações era um negócio cheio de segredos, coisa de gente com muito dinheiro e para especialistas, hoje se torna um investimento acessível ao cidadão comum, assalariado e sem grande conhecimento de mercado financeiro.
Esse pequeno investidor, formado por trabalhadores, aposentados, profissionais liberais e pequenos empresários, decide por investimentos em ações como uma opção a longo prazo, por seu retorno muito superior a caderneta de poupança ou fundos de renda fixa.
Não é à toa que isso aconteceu. É uma evolução do sistema financeiro e do próprio capitalismo. Os bancos, assim como as corretoras de valores, criaram estratégias para atrair esse tipo de cliente (na forma de produtos e serviços), que individualmente é desprezível financeiramente, mas que no todo representa um montante de recursos bastante expressivo. Uma dessas condições é o montante mínimo exigido para se aplicar. Em algumas situações pode-se aplicar a partir de 50 reais. Um outro fato foi a criação de clubes de investidores, que juntam dinheiro para comprar ações. Já existem 1.100 clubes deste tipo atuando na Bovespa.
A Internet contribuiu, ao facilitar o acesso de milhares de pessoas, permitindo o gerenciamento das aplicações e da carteira de clientes com baixo custo operacional. As empresas também ajudaram, ao criarem os planos de incentivo por meio da distribuição de ações.
Antes privilégio de altos executivos, hoje é política de muitas grandes empresas a participação de toda a organização, do presidente ao faxineiro. O trabalhador, portanto, se torna um pequeno capitalista, quase tão interessado no desempenho das empresas, e com o crescimento econômico, quanto um mega-investidor. A isso chamamos de capitalismo das massas. Um tipo de capitalismo em que grande parte da população tem acesso aos investimentos em empresas. Desta forma, o trabalhador também se torna um capitalista, na medida em que detém a posse de ações e tem interesse nos rendimentos das empresas em que investiu. Ou seja, de certa forma seus interesses convergem com os interesses do capital.
É um tipo de capitalismo que nem Adam Smith, nem Karl Marx, poderiam ter previsto. Que seja bem-vindo, na medida em que permite melhor distribuição de renda e melhor retorno financeiro para o suado dinheirinho do pequeno investidor.